O chato do elevador

    Falar do evangelho tornou-se um bate-papo melancólico, obsoleto e muitas vezes indigestivo. Há dois milênios, o mesmo Jesus é propagado entre as pessoas com o mesmo rosto e identidade: Filho de Deus e salvador do mundo. Entretanto, vesti-lo com uma nova roupa sem contudo furtar esta sua essência, pode ser uma nova configuração eficiente para não se transformar no chato do elevador.
      Você acha que existe alguém em sua cidade que nunca ouviu falar de Jesus? Provavelmente sua resposta será negativa. Então, para quê falar deste tal Cristo para elas? O fato é que o brilho do evangelho se perdeu no clichê e na falta de criatividade das palavras de quem o prega. Parece-me que só há um Jesus pregado na cruz e nada mais. Seus ensinamentos que mudaram o ocidente, sua psicologia estudada hoje, as curiosidades bíblicas, a antropologia de Paulo e as verdades científicas da Bíblia que podem realçar o interesse dos ouvintes, foram esquecidas como um Maracujá na gaveta.
       Além destas opções, para se apresentar o Cristianismo, mil maneiras são validas: teatro, pantomima, filmes, músicas, trocadilhos, poesia, imagens, desenhos e etc. Jesus nunca deu ênfase à nenhuma forma ou método para apresentar o seu Reino ao mundo nem postulou nada sobre modos incorretos de falar sobre o seu sacrifício. Pelo contrário, em sua trajetória como mestre, propunha métodos alternativos para ensinar os seus discípulos como: parábolas,  analogias, listas auto-explicativas e sermões bastante inovadores para a época.
     Concordo que de forma alguma estes fundamentos e ensinos podem ser alterados ou manipulados para agradar alguém ou algum grupo. O evangelho puro e simples é perfeito em sua forma e subjetividade, e não precisa de retoque nenhum de nossas mãos. Com uma mensagem cristocêntrica, o que precisamos maquiar são só os meios que usamos para alcançar as pessoas. E para tanto, é necessário desortodoxar o culto, os panfletos e nossa abordagem.
      Será muito difícil colorir com criatividade uma pregação de duas horas? Será errado vestir-se de palhaço para falar de Deus às crianças? Não é preciso misticismo ou teologia da prosperidade para atrair novos membros para as Igrejas. Não é esta a proposta do carpinteiro Jesus. Seu mandamento é: “fazei discípulos...”. Como? Usem o cérebro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário