O gigante acordou

É no embalo da propaganda institucional "KEEP WALKING, BRAZIL", da maior fabricante de Whisky escocês, a Johnnie Walker, que conseguimos conceber visivelmente que o Brasil não está mais adormecido como antes, e principalmente quando o observamos de um ponto de vista político.

O Brasil já não é mais visto somente como o país do Futebol ou só como o lar da Amazônia, do Carnaval e de lindas praias para as férias de Janeiro. Atualmente, ele está alcançando níveis extraordinários de respeito internacional, como o país que empresta, que discute, que pacifica, que desenvolve e que faz tudo isto priorizando a sustentabilidade; e não é por outro motivo que por aqui, a Presidente Dilma Rousseff atingiu a maior aprovação presidencial de todas as pesquisas já realizadas pelo Datafolha, e com apenas um ano e três meses de mandato. Daí, concluímos: está se espreguiçando na América do Sul, um gigante político, uma nação em busca da transparência pública, de uma ficha mais limpa e de ORDEM E PROGRESSO, como diz a bandeira.

O governo FHC trouxe-nos bases sólidas; o ex-presidente Lula, do Planalto ao Brasil, ergueu uma integração entre empregabilidade quantitativa e renda mais qualitativa. E é para tanto que os nossos governantes atuais, perceberam o clima favorável: é hora de implantar UPPs, de construir uma saúde acessível e mais diplomática através do SUS, e de consolidar uma educação futuramente retornável ao país. O Brasil acordou! O inconsciente coletivo dos brasileiros está de bem com a vida, transpirando auto-estima, e cheio de Samba no pé; mas quem não estaria? Diante de reparos expressivos em sua estrutura e tão próximo da Copa e das Olimpíadas dentro de casa?

Todavia, este avanço precisa ser uma melhoria continuada, e não apenas um falso sinal de aparente evolução. Portanto, agora, depois de se espreguiçar e de lavar por inteiro, aquele antigo rosto conhecido do mundo: o de país corrupto e corruptor, será necessário visualizar a resolução de outros desafios, sendo o fio condutor e o principal deles, uma barreira interna e completamente ideológica: é que quando se fala em política aqui, o senso comum bate mais forte, e boa parte da comunidade torce o nariz ao invés de torcer pelo país, demonstrando assim uma aversão aos governos passados, presentes e até futuros; e fazendo de si um povo anti-político, que vota porque é uma obrigação, pois se votar fosse apenas um direito como alguns cientistas políticos defendem, não seria preciso nem urnas, nem filas nas eleições do Brasil. Entretanto, esta atitude também é uma "corrupção", pois transgride o compromisso e a responsabilidade social de indivíduos, que deveriam ser a princípio, cidadãos patriotas. O sucesso e a felicidade, portanto, ainda não nos alcançou por completo.

Daí, a verdadeira idéia de "política", reinvenção greco-romana, que é a organização positiva e produtiva da Polis, ou seja, da "Cidade", precisa ser priorizada urgentemente, através de sua disseminação e de seu ensino dirigido, por meio de uma campanha educacional do governo federal, que mesmo em médio e em longo prazo, será o melhor investimento para aguçar algo que todos têm dentro de si, pois como disse Aristóteles, "o homem é um animal político". É preciso que os brasileiros abandonem o senso de que fazer política é "fazer politicagem", é ser maquiavélico e egocentricamente pragmático. Só através de um projeto como este, de abrangência nacional, com uma influência superior na consolidação cognitiva dos alunos da rede pública, e usando meios e ações acessíveis principalmente à população de baixa renda, é que será realizada mediante um ato preventivo, a formação de humanistas e de uma sociedade reflexiva e interdependente. Por conseguinte, esta estruturação concorrerá para criar, de uma vez por todas, um caráter filantrópico em nossas crianças, adolescentes e demais estudantes, e que consequentemente, se tornarão os futuros benfeitores de nossa política nas décadas seguintes.

Ainda há corrupção nos órgãos do governo, é verdade! Ainda há mazelas básicas na sociedade a espera de ações corretivas, como em boa parte dos países emergentes. A diferença é que aqui, a legislação em um âmbito geral, pretende-se tornar mais rígida, e um exemplo de tal fato, é a proposta original do novo Código Florestal. A mídia televisiva, mesmo diante de sua anti-democracia e de suas extrapolações, também tem levado a público a ilegalidade de alguns atos administrativos, e o processo de mitigação das falhas e da incompetência política, periodicamente está sendo debatido e almejado, como fator principal de eficiência governamental, que como fato recente, podemos citar a saída histórica de sete ministros do governo Dilma, a maioria sob suspeita de irregularidades.

Somos a sexta economia do planeta. Contudo, é necessário dizer que: ser otimista, não é ser ingênuo; e ser brasileiro, não é ser um idealista, enganado por utopias e melhorias inalcançáveis. Possuímos muito, muito potencial! Entretanto, para continuarmos com tal poderio e para alcançarmos frutos eficientes através de seu uso durante os próximos anos, será preciso priorizar cada vez mais o desenvolvimento sustentável, procurando a satisfação das necessidades básicas da população, a solidariedade para com as gerações futuras, a preservação dos recursos naturais e a manutenção dos valores éticos, entendendo, sobretudo que nenhum país alça vôos significativos sem a cobrança, a companhia e a iniciativa da sociedade civil. E é através do projeto nacional apresentado, de conscientização política, que os brasileiros compreenderão e começarão a participar mais positiva e ativamente das diretrizes do Estado, e concluirão também que eleger bem já não é mais o suficiente. A partir daí, podemos dizer que será necessário menos indiferença e omissão do povo brasileiro, para que enfim ele possa mostrar ao mundo que o que faz um gigante não é apenas o seu tamanho, mas principalmente o tamanho dos passos que dá.

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